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Foto do escritorGustavo Figueirêdo, psicólogo clínico

Ser (des)humano

Atualizado: 9 de abr. de 2023

Recordo que, em outro momento, já pontuei: na época da graduação, um ex-professor meu, falava que para mentes psicopatas; não existem soluções. Recentemente, a sociedade brasileira ficou sabendo da tragédia ocorrida numa creche particular, na cidade de Blumenau, em Santa Catarina. Como pai de família, ser humano que tento ser e profissional da saúde mental que, também, tento ser; essa catástrofe mexeu não só comigo; assim como, acredito, com você também. Não foi o primeiro caso, de vários, que já ocorreram; através de atitudes desumanas ou psicopáticas.


Segundo o médico psiquiatra, norte-americano, Dr. Lyle H. Rossiter: “A experiência comum sugere que na presença de uma dotação intelectual normal no nascimento, o resultado natural de uma criação boa o suficiente é um individuo adulto que busca liberdade econômica, social e política para a auto-realização e que coopera voluntariamente com outros para manter a harmonia social.”. Isto! “... coopera voluntariamente... para manter a harmonia social.”. Com outras palavras, uma pessoa sã, no ir e vir, ou no convívio social; jamais utilizará de armas brancas ou, com que seja, para trucidar seres inocentes e indefesos; assim como aconteceu no sul do país.


Por esses dias, lia, a respeito, uma entrevista de uma colega psicóloga, Ana Cristina Fonseca, onde a mesma discorria: “Quando não expressamos por meio das palavras, surgem os atos.”. Concordo em número, gênero e grau; com ela. Ou seja, quando nos é dado à oportunidade de fala, através da compreensão, tendemos ter atitudes saudáveis; simplesmente, por nos sentirmos compreendido. A isto, o saudoso psicólogo humanista, Carl Rogers, chamava de – Tendência Atualizante – que nos leva adquirir uma – Personalidade Ótima.

Ora! Quem não gosta de ser aceito ou compreendido no seu dia-a-dia? Prática, certamente, corriqueira ou vivida, nos settings psicoterapêuticos. Apesar de que o Rogers apontava que, o acolhimento ao próximo, deve fazer parte da vida cotidiana; algo que transcenda às paredes dos espaços psicoterapêuticos. Infelizmente, não tão comum, principalmente, aos mais próximos: sejam entes queridos, sejam aos colegas de trabalho; assim como, em tantas outras situações.


Haja vista, muitas vezes, certos atos negativos vêm à tona, por não sabermos estar, ou lidar, com determinadas situações na vida; quando não, oriundas de questões biológicas ou psicopatológicas. A isto, o acompanhamento por profissionais capacitados, da saúde mental, para melhor superar, ou galgar, as devidas tendências atualizantes.


Por fim, caro leitor, eis a questão! Como ser humano que és, tens ido ao encontro das tendências atualizantes da tua vida? Ou “optado” buscar um ser...?

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